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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

POLÍTICA PORTUGUESA - A CRISE E A TROIKA

Com a devida vénia da SIC Notícias:

"Freitas do Amaral defende "ofensiva diplomática" em Berlim e mais envolvimento do primeiro-ministro

18.09.2013 18:40
 



O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros  Freiras do Amaral defendeu hoje uma "grande ofensiva diplomática" em Berlim e um maior envolvimento do primeiro-ministro para a redução dos níveis de  exigência das instituições internacionais para com Portugal. 

"É em Berlim é que está a chave dos nossos problemas, temos de fazer  uma grande ofensiva diplomática em Berlim", afirmou Freitas do Amaral, em declarações aos jornalistas à margem de uma ação de campanha eleitoral do  candidato do PS à câmara de Sintra. 
Admitindo ter esperança que no final da oitava e nova avaliações da troika' possa vir de Berlim "algum sinal de que não haja tanta exigência", pois já terão decorrido as eleições alemãs, o antigo presidente do CDS-PP  advertiu que se forem aplicados os cortes que estão previstos a economia  portuguesa em vez de continuar a crescer voltará para trás. 
"É momento decisivo para Portugal, é um momento decisivo para o Governo, acho bem que Portugal exija mais do que exigiu em avaliações anteriores, mas não é aqui em Lisboa que se tem de exigir, é em Berlim", insistiu. 
Freitas do Amaral preconizou ainda que as ?conversas' com Berlim sejam  feitas a "um nível hierárquico superior" e não envolvendo apenas o vice-primeiro-ministro,  Paulo Portas, e a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque. 
"Tem de ser primeiro-ministro e Presidente da República, ao mais alto  nível, sobretudo primeiro-ministro (...), enquanto o primeiro-ministro não  tiver uma conversa olhos nos olhos com a senhora Merkel isto não vai lá",  reforçou. 
Ainda sobre as eleições alemãs, Freitas do Amaral admitiu ter alguma  esperança que daí resulte "não propriamente uma reviravolta de 180 graus",  "mas um certo à vontade por parte da senhora Merkel" para dizer que a Europa,  nomeadamente a Europa do Sul está precisada de alguns estímulos. 
Contudo, acrescentou, "ninguém pense que a senhora Merkel vá passar o que dantes se chamava o cheque alemão". 
Por isso, Portugal precisa de apresentar "um bom programa de investimentos",  pois se o país conseguir garantir alguns bons investimentos estrangeiros  terá "meio caminho andado". 
"Acho que Portugal não devia insistir muito, porque é irrealista, em  pagar menos ou receber mais, o que Portugal precisava era de uma espécie  de plano Marshall europeu para a Europa do sul" com investimentos europeus  e de fora da Europa. 
"É aí que nós devemos apostar", defendeu, acrescentando que se Portugal  continuar apenas a cortar no défice não conseguirá abater a dívida e se  não há capitais privados disponíveis, nem investimento público, a solução  é o investimento estrangeiro. 
Freitas do Amaral confessou ainda esperar que seja possível a partir  de agora ter "austeridade a uma outra velocidade", recordando que o próprio  Fundo Monetário Europeu já começa a defender essa ideia. 
Por outro lado, continuou, a economia portuguesa já começou a dar alguns  sinais positivos, precisamente porque não se aplicaram cortes de austeridade  no primeiro semestre. 
"Isso é um grande argumento no sentido de que se tiver que haver cortes  não sejam tão grandes e tão excessivos como estava previsto", referiu. 
 
Lusa"

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